Príncipes?

- Príncipes não são atrativos quanto se supõe ser...

Isso cansa. Ficar esperando um bem maldito. Amenizando: uma leve ilusão que acaba em dor de cabeça e asmas.

Porque ser “princesa”: delicada, impecável e domada a todos os gostos da “realeza cultural da feminilidade”; mais um jogo de papel empurrado nas costas cansadas de espartilhos que não dá nem para respirar.

Desafogar os seios parece missão impossível!

Para ser princesa, tem que abrir mão de ter autonomia, amor próprio (porque este não está associado a se embelezar), se o fosse, ufa! já estaria resolvido o problema de muitas “mulheres princesas”.

Para ser a tão sonhada princesa do “esperado” príncipe, ela tem que gostar mais dele do que dela... tem que ser a dita “boa mulher” (é: a boa mulher para eles é a mulher silêncio);

tem que fazer a comida que ele gosta ( por causa da sogra);

usar a roupa que ele acha bonita (mesmo que a criatura não saiba nem o que é roupa);

e ainda ser a boa mãe (porque dele só se usa o espermatozoide?); perdoá-lo sempre (porque ele ama acreditar em pseudo conclusões machistas).

- Príncipes não são atrativos quanto se supõe ser...

Eles não sabem fazer nada além de seu mundinho onde tem tudo na mão ( - oh sim! A vida me privilegiou – é o que dizem), está certo: o privilégio que ser quase dispensável.

Algumas princesas adoram-no porque não conseguem se desligar do grande Rei-Pai, que parecia, apesar de tudo, tão poderoso e imbatível... então é melhor ficar com o certo do que com o duvidoso. (Certo? Não. Se é Inquestionavelmente certo, portanto é errado.)

É o duvidoso que abre espaço para a mudança, não o certo.

E quando se refere ao mercado de trabalho? nunca está em questão se ele o ‘príncipe’ é também um bom mocinho nos afazeres domésticos, mas dá ibope se dizer nos tais programas femininos, em que novatos querendo mostrar trabalho e atrair o público, convidam algum ‘especialista’ (não sei de quê) pra ensinar às mulheres “como conciliar o mundo do trabalho fora de casa com os afazeres domésticos pra ser – mulher eficiente” e todo mundo acha genial!

Tudo isso pra quê? Pra agradar o príncipe?

Porque a “boa dama edifica a casa” (mesmo que tenha por predestinação ter uma tal 'príncipe cabeça' guiando tudo e todos sem o mínimo de bom senso e sabedoria)

Porque “ela sabe cozinhar então já dá pra casar” (sorte dele que vai ter uma cozinheira gratuita!)

Porque “nossa! Ela é prendada!” (e ele não sabe nem pregar um botão e lavar as cuecas, mas é o cara!)

Mas tá tudo ótimo não? Otimamente desrespeitoso!

São os valores da família! (Oh! Que valores tão justos!)

Infelizmente confundidos e distorcidos.

Valores? Valores convertidos – des-va-lo-res; sem-va-lo-res = tutano do poder .

O que tem “menor valor” no gueto tem que ceder, ser passivo, acompanhar, e tudo de bonitinho que há.

Caro senhores, quem “vale muito” é o príncipe?

Esperando a infeliz princesa – sua vítima serviçal.

Mas, já se ouvem fortes rumores e felizes descobertas de que:

- Príncipes não são atrativos quanto se supõe ser...

São as princesas libertas, deixando a prisão do castelo para aprender a viver.

Portanto, sem radicalismos desnecessários:

-Príncipes – que fiquem em seus castelos -

Mas,

A farsa da princesa acabou!