CALOR, MAGMA, FIM DE TUDO
Calor insuportável.
Das entranhas da terra chega o fogo devorador, que tudo consome.
De almas.
De corpos.
Que morrem diariamente no asfalto negro e quente das grandes cidades pelo desprezo dos poderosos que não cuidam de sua prole.
Almas mutantes que transmutam a cada minuto buscando sua redenção, e que muitas vezes não encontram. Sucumbem muitas vezes antes de encontra-lá.
Seres que vagueiam perdidos noite adentro.
Ainda quente.
O magma expele o gás toxico.
Vivências de um amanhecer que nunca chega.
Fogo que devora.
Que revigora.
O homem perdido em uma vastidão de incertezas.
Procurando a certeza de querer continuar.
Para onde?
Não sabe ao certo.
Acertando.
Errando.
Chorando.
Mas também sorrindo, pois acredita que, ao final virá a brisa consoladora da verdade e justiça.
Fim de tudo?
Talvez!
Mas, enquanto reinar a esperança no coração humano, a terra não morrerá.