O Parasita do Nada
Se vivo somente uma vez, se minha experiência no espaço-tempo é única, e somente única, todo o meu tempo é precioso, tudo o que vivo é tudo o que tenho, tudo o que sei é tudo o que sou, tudo o que sinto é pra nunca mais voltar a sentir. Tudo, e nada. Nada antes nem depois. Antes de assumir a moral depravada que os religiosos esperam que eu tenha, a minha moral, a minha consciência, é tudo, e não preservá-la é condenar-me a perder o quase nada que possuo, é ter perdido a única possibilidade de ser feliz, de ver felicidade em mim e fora de mim. Felicidade, e outros memes, pequenas coisas da minha natureza, do pedaço de nada que eu sou. A vida, que parecia pequena, cresceu, por que agora olho para esse meu insignificante universo, é só quando olho pra ele e aumento muito minha lente, posso ver o que é realmente grande pra mim. Sou um parasita do Universo. Seja ele eterno ou não, sou nada, como talvez seja o próprio Universo, nada, um nada flutuante em grande escala, que num lapso de tempo me gerou e que provavelmente continuara permitindo o surgimento de outros parasitas.
Sou um parasita do nada.
Somos parasitas do grande nada.
Ps.: Não estou depressivo, espero não receber comentários infantis imaginando isso. O texto é para reflexão.