força de vida

tenho tanto falado comigo, que perdi o desejo de falar ao mundo

tendo minha vida, passando a cada segundo, sem ao certo saber sobre ela.

vivi sentindo, até este momento sem descobrir

o que de fato foi isso tudo.

uma multidão de coisas e me sentindo tão seca

não é medo somente, é rejeição

para todas as coisas que tumultuam mais ainda meu ser

sem consciência, penso ter sido melhor.

pois hoje, o pesar me enche e me esvazia

vendo tanto das possibilidades, a liberdade

que me sinto acorrentado ao fato de não ser isso

é tamanha nossa capacidade por si só,

que nada se constrói, apenas um abstrato.

sendo o resultado disso, tudo, menos aquilo que se quis

não quis estar ou ser isso

e estou livre?

onde vive-se de sonhos que não se podem viver

onde sente-se desejos que não se podem sentir

conspira meu espírito,

quando devo ser a paz que o mundo (não) me traz.

vivo o nada, de tudo que o mundo dá

pois este tudo não é nada, nada perto de cada poro meu.

não sei, o "ter" passou a ser o sonho do que não se tem.

quando se tem, deve-se resignar, deve-se viver dentro de algo que você não pode ser quem é, pois se o for... não será.

não será ou não terá o que lhe propõem feliz ou fazer ser

deve-se muito ao consciente, quando na maioria, somos o oposto .

o nada então, é a isenção...

não é por menos, que o espírito vela só.

devo ser feliz, sem tudo.

o precisar, rebate com o precisar de outros

onde este, não lhe faz mais com direitos.

o mundo assim, sinto não bastar,

não nos isentar de verdade daquilo que queríamos

de tudo.

viver sem tudo, então é a paz?

certo que viver sem nada é ser feliz..

isso contradiz tanto.

mas não.

a suficiência, é algo neutro a ponto de coisas mútuas serem completas.

sinto uma força turbilhar.

sabendo o que é, talvez não sabendo com lidar

aceitar, passou a ser o neutro dos dias.

o sonho passa a ser apenas a quietude de uma alma pulsante

era para ser tão simples? sim, penso.

e tudo se revolta sobre mim, por então mensurar,

a felicidade está no fato de meu ser não ser simples.

eu meus maiores devaneios, aqueles que me roubam da realidade para o sentir de alegrias...

tudo de completo seria, se soubéssemos onde e como

ser este ser, cheio ... desta imensa força. neutra.

a força hoje sou, o eu só.

o precisar é fraco. por isso, não devemos cogitar.

nos obrigam a ser fortes além de nós,

para outros serem livres como pensam.

em união ou egoísmo,

penso que jamais se completem.

a força é apenas manter, o melhor se si

em busca pra si, quando for para outro.

de fato parece ser impossível viver-se

de iguais.

estão se perdendo, estamos nos perdendo.

e lutando para não ser assim.

viver, naturaliza-se em força.

força para não sermos neutros

para ser forte, e não ficar insanos tentando entender

às leis humanas, dos sentidos, curvo-me.

sobre sua teoria do que ser para quem.

tão complexo que tenho visto meus irmãos perder.

tão confuso a ponto de muitos viverem sós consigo

para não ter que calcular tanto.

para ao menos, não isentar,

mas amenizar tanta força de vida.