RAZÃO SENCIENTE, SUBLIMIDADE E OCASO INCONCUSSO
Na dança frenética das gêneses abnormais, algum equilíbrio, entre nossas razões sencientes e ocasos inconcussos servidos a nossas imaginações débeis, foi buscado no assombro imperceptível das criações faustas por levezas de seres que ousaram andar sob mares, e voar por entre jardins de tempos, polinizando-os com sonoridades a aliviarem as nuances de seus nativos deformados, sem se imiscuírem em pensamentos metafísicos.
As belas sinfonias, concebidas por tais seres com inspirações que sobrepujam suas mentes e seus corpos, ressoam na tempestade dissimulada e me conduzem, em momentos ausentes, a quebrantos de dor em cujos silêncios cultivo a incerteza e a descrença nos delírios impudores que rompem a noite, dilacerando a madrugada fria.
Sim. Há os que sonham balbuciando harmonias à orbe contrafeita, desnudados e com o olhar desviado do grande palco onde atuamos em fraude, apenas se permitindo um singelo caminhar entre a brisa cipreste que lhes toca brevemente a face.
Não obstante, só nos momentos em que se postam alheios ao desalinho, pois de visão a ele posta, como a maioria, seguem os cursos de seus próprios rios, com seus destroços ocultos, a se convergirem em esplêndidos oceanos arquitetados mediante a crença em eternidades incompreensíveis.
Até que o apagamento se assente de tal forma que nenhuma nova inauguração se possa dar de seus delírios, nem de suas razões atrofiadas, nem de suas fés salvadorenhas, nem de qualquer coisa que se possa imaginar no respiro de um inexistir autêntico.
Péricles Alves de Oliveira