A criança (não) cresceu
"Não me pergunte quem eu sou, pois não saberei o que dizer. Só sei que sou quase sempre muito séria e minha timidez faz com que eu seja um pouco antipática. Sei que livros, cachorros e músicas são mil vezes melhores que pessoas, sei que sou um pouco misantropa ao mesmo tempo em que sou tagarela. Sou chata. Implicante, teimosa, mais paciente do que deveria e estressada além da medida quando alguém me irrita. Surfistas? Pessoinhas normais que usam camisetinhas de bandas que todos gostam (nada contra Nirvana, tudo contra pseudo-fãs)? Funkeiros? Não, obrigada, prefiro aquela criatura intelectual que é desprezada pelos "descolados" e que vive com um livro em mãos. Pois é, tenho uma quedinha por pessoas inteligentes.
Também não sou do tipinho que (sor)ri facilmente. Não preciso de dinheiro, chocolate, filmes de comédia e presentes para (sor)rir; preciso apenas de meia dúzia de palavras, de uma boa companhia e uma piada sem graça. Minha alma é meio idosa e meio criança. Música antiga, filmes em preto e branco, livros clássicos e objetos vintage me atraem. Porém, no fundo eu ainda sou aquela guriazinha de oito anos que perde as palavras quando alguém diz que ela tem que se descrever.