Tenho algumas lembranças que pairam como névoa. Vejo uma menina que não pode andar sentada na veneziana jogando dama com seu príncipe. Copos de suco, alguns gibis, o tabuleiro e dois sorrisos.
As vezes penso que as pessoas passam pela vida da gente com o tempo determinado de chegada e partida. Em cada período há alguém que é exatamente o que você precisa. Quando cumpre sua missão deixa o espaço vago para uma outra pessoa entrar.
Alguns tem dificuldades em aceitar finais. Embora, a amizade verdadeira não exija da gente um ponto final. Fico confusa. Um dos motivos que me leva a escrever é a complexidade do ser humano somado a minha incapacidade de compreender as suas motivações. No meu ponto de vista amigo tem que ser sempre amigo. Tem que compreender que as vezes somos sapos a espera de um beijo.
Amor é doação. Exige que deixemos o ego no canto do armário porque a necessidade do outro trás sentido a vida. Não sei ao certo onde quero chegar. De repente queira que as pessoas sejam príncipes e princesas. Que elas entendam a fragilidade alheia percebendo que cuidar é tão mais humano que deixar pra lá.
Gostaria de imaginar um mundo cheio de venezianas.
Ana Liszt
Enviado por Ana Liszt em 12/10/2013
Reeditado em 13/10/2013
Código do texto: T4521728
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