Distante de mim mesmo


Por mais montanhas que precise cruzar, existe um abismo imenso a ser transposto entre o eu que penso que sou e o eu que realmente sou. Imensos oceanos bravios ainda separam o eu que gostaria de ser do eu que a maioria das vezes sou. Tempestades torrenciais parecem não ser nada frente a realidade que busco descobrir de mim mesmo. Tudo se agrava mais quando encontro sérias evidências que sou muitos e que cada um julga ser o único, julgando ser o certo, o correto, o justo, o mais humano, porem no fundo cada um define o humano ao seu próprio interesse, ou no caso dos “eus” mais fracos, conforme interesses dos outros, de catequeses, de moda ou de induções externas. Sou assim distante de mim mesmo, o que acaba sufocando o eu social que seria o único capaz de ter ousadia e coragem de se lançar de corpo e mente contra o que aqui está de descaso, abandono e exclusão social.
 
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 11/10/2013
Reeditado em 11/10/2013
Código do texto: T4521341
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