O teu silêncio as vezes ...
O teu silêncio às vezes lava o meu rosto e destorce os traços dele com um alicate de carne e me sinto mais jovem. O teu silêncio veste minha fala e arranca meus pensamentos da terra árida que se cria entre o abrir e fechar de minha boca emitindo um som surdo, ouvindo por mundos em mundos tão distantes que cada vez mais me aproxima de ti. E nisso tudo ontem fui caminhar ao relento e vi meu corpo se esfarelando e se espalhando pelo chão... Vi-me sendo carregado por formigas e por pássaros e quando acordei estava amontoado dentro de um de teus pensamentos... Não sei se estavas pensando e mim e nem o que, pois o que do que se perdeu na busca continua de se encontrar e me vi sendo montado novamente é isso que fazes enfim... Afim... Por fim... Espeta a minha mente... Colha da árvore da minha razão se por ventura em árvore esteja as semente e ponha-as em minha boca... Alimenta-me com o que escolheres de mim, pois só tens ás mãos que não estão neste mundo para assim fazê-lo.