Pensamento 283
Houve tempo em que achei o negro uma cor triste. Hoje sinto-o como pausa. Como se tudo nele fosse este silêncio bom, esta ausência. As cores que resultam da invasão do nada pela luz serão, quaisquer que sejam, fascinantes. Percebo, na intimidade dos cinzentos a interagir com a claridade, uma intensa beleza peculiar. Leio a urgência dos raios e aguardo que o ar se lave e a terra, pela água, acorde a vida. Vejo. Maravilho-me.