Pertenço
Pertenço à estrada
Que tem ida
Sem vida regressa
Ou pensamento suicida.
Há paradas mas...
Todas com setas de saídas.
Balbuciam apenas
Aquelas vozes tão frias
As mesmas que teimavam
Em levar alegrias.
Pertenço à realidade
E às ilusões solidárias
Essas que regeneram o sorriso
E libertam o coração reprimido.
Sobra tempo e energia
Para carregar muitas vidas
Mas pertenço a um tempo
Em que a vida se encarrega
De todo o controle.
Então inclino a cabeça
No tempo em que me abraça
Tão forte o travesseiro...
E me deleito
Nos permitidos sonhos brejeiros.