CERCO
Pouco entendo dessa linha transitória
atirando seta a esmo, incitando temporais
mira, sempre, em alvo certo salivando desacertos
atraindo para o cerco tudo aquilo que convém
Pouco importo do que diz o vento rouco
abrasivo, passa perto; absorvo o que convém
se sacode folhas mortas, terá sempre um certo apreço
mas não vale o alto preço pago por ser seu refém
Sinto muito, sinto tanto, sinto, só, sinceramente...
sendo sempre, sempre certo, sempre dono da razão
reina em um mundo tão vazio, pleno em medo e engano
que o plano insano de entender já não convém
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CERCO – Lena Ferreira – out.13