Desabafo

Peito aperta, dor permanece, cura não chega e dúvida paira.

Sentimento bate, solidão apavora, mentira assola e desejo mata.

O que fazer, pra onde vou e o que sou?

De nada sei, de nada fui, de nada espero, de nada importa. Já passou?

Acusado e acusador em briga de facas machucam mente a fervilhar.

No lago azul, a pétala rosa suave permanece a flutuar.

Conto de vida, de fadas, de dor, de interrogação.

Ajoelho ao belo ou espero em delirante apreensão?

Castigo eterno, não pode, é errado, nem pensar!

Jogo cruzado, perigo latente com mil vidas a condenar.

Sigo, volto, paro, caio. Tortura maciça, as vozes em eco gritando.

Vontade fingida, pássaro sem asa, adaga de prata sem pena no peito fincando.

Culpa, pesar, loucura infinita e outra alma a esmorecer

Perdão concedido, sem sentido, esquecido, lágrimas no rosto a escorrer.

Era passado, vive presente. Suma, desapareça, não amedronte meu futuro!

O pensamento, sofre calado, jogado no muro, no mundo, sem rumo sufocado ali, no mesmo canto escuro.

Raffa Willian
Enviado por Raffa Willian em 07/10/2013
Código do texto: T4514841
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