Desabafo
Peito aperta, dor permanece, cura não chega e dúvida paira.
Sentimento bate, solidão apavora, mentira assola e desejo mata.
O que fazer, pra onde vou e o que sou?
De nada sei, de nada fui, de nada espero, de nada importa. Já passou?
Acusado e acusador em briga de facas machucam mente a fervilhar.
No lago azul, a pétala rosa suave permanece a flutuar.
Conto de vida, de fadas, de dor, de interrogação.
Ajoelho ao belo ou espero em delirante apreensão?
Castigo eterno, não pode, é errado, nem pensar!
Jogo cruzado, perigo latente com mil vidas a condenar.
Sigo, volto, paro, caio. Tortura maciça, as vozes em eco gritando.
Vontade fingida, pássaro sem asa, adaga de prata sem pena no peito fincando.
Culpa, pesar, loucura infinita e outra alma a esmorecer
Perdão concedido, sem sentido, esquecido, lágrimas no rosto a escorrer.
Era passado, vive presente. Suma, desapareça, não amedronte meu futuro!
O pensamento, sofre calado, jogado no muro, no mundo, sem rumo sufocado ali, no mesmo canto escuro.