Elo

Há uma ineficácia exorbitante em qualquer tentativa de apagar teus vestígios. É incurável essa necessidade de te fazer presente. Foste visada submersa em vários copos de vinho, ou de qualquer bebida mais forte, que por fim estabelecesse um estado de inconsciência. Tão útil seria se ao findar da noite, seu nome não tivesse ressoado no cômodo onde todos se faziam presentes, testemunhos de que a sua presença permanece sob qualquer estado mental. Prova de que algum resquício imperceptível fez com que selasse um elo irrompível. Libertar-nos seria irrefutável. Mas a falta de conhecimento sobre as causas faz com que a impotência prevaleça. Isso se torna quase irrelevante, quando vem à tona o fato de não ter conhecimento de que sentimento se impõe diante da sua presença. Algo extremamente significativo, capaz de parar o coração por alguns segundos, mas não o suficiente pra concretizar o que todas as veias dizem ser. Que inclusive atrever-se a dizer assim em vão seria novamente um erro grotesco. É medonho como um pequeno conjunto de palavras tem o potencial de destruir toda uma estrutura pessoal, um orgulho que se tornou admissível pós uma submissão terrivelmente intensa. Porém controversa a toda imponência, essa "coisa", não deixa que os olhos a atravesse de outro modo a não ser com a ternura que lhe doei desde o primeiro instante que a sua imagem se concretizou diante deles.

Patrícia Campanholo Pereira
Enviado por Patrícia Campanholo Pereira em 05/10/2013
Reeditado em 06/11/2013
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