Outdoor
Há mil maneiras de tornar um momento inesquecível, mas sempre apelaremos para a sombria forma de nos desfazer
Existem mil formas de olhar uma mesma paisagem, ainda mais humanos, que se movem, dançam, sorriem
... Cada dia uma perspectiva, uma exuberante tentativa de reconstrução
De retorno ao berço da verdade, da simples concepção de existência
Vemos os mesmos sinais nos céus, mas amamos a decepção
Destruímos a beleza pelo abstrato poder que a perda nos dá
E talvez seja isso mesmo: sangrar, sangrar!
Até que a última célula se dissipe pelo cosmos
Ao cruzar a porta, os heróis prestam suas interpenetradas orações
Eles ignoram os deuses, mas abraçam toda fé
O que seria de nós, se nossas canções fossem apenas verdade?
Existiria algum som saindo de dentro desses corações vazios?
E como dançaríamos envolvidos por chamas que queimam a mentira?
Há apenas a necessidade de respirar, se alimentar, crescer e morrer?
... Livros sobre milhões de mundos, enquanto ignoramos o nosso
Cegos! Guiando tantos outros para um abismo faminto!
Precisamos tanto dos outdoors e das estampas cretinas em nossas faces?