Os amantes e o mar.
Finda a noite, ventos que sopram levando para o dia que passou
as horas de prazer e de amor, quanto teu beijo, por fim me alcançou.
Sonhos que me trazem este amor, que tão distante, por vezes se esquece de me dar seu carinho e acalmar minha dor.
O ontem que foi nosso aliado, transforma-se em um hoje inclemente,
pois de tudo o que fui a teu lado sobraram lembranças, somente.
Vai saudade que sufoca, se afasta de mim por um instante e deixa que fique em meu peito, somente este amor errante.
E apar que eu tenha junto a mim novamente, este amor doce e encantado, moverei céus e terras, ainda que estando amarrado.
Quem me dera ter a sede de beber os mares, que separa nossos continentes, trazendo para dentro de minha alma, num idioma universal, este amor inconsequênte.
Romperiam assim as barreiras, que nos causam tanto mal
e para sanar as feridas, usaria dos mares, somente o sal.
A lua que em silêncio respeitoso, ilumina meu corpo sedento, trará consigo o manto azul estrelado, que servirá de testemunha, do amor que viverei a teu lado.
E nas brancas dunas da areia, o mar se lançará com furor praguejante,
querendo ser ele mesmo, o leito desse amor delirante.
Mas faremos apenas das ondas mais calmas, o lençol para acobertar nossa aventura, e sob tal suave manto, os toques de extrema loucura.
Rosários de contas e pérolas, jóias doadas pelo mar, serão lagrimas choradas pelas almas, de dois amantes a se entregar.
Fátima Ayache
05/01/2000