Tirando da Reta

Jogamos pra cima do diabo e do livre-arbítrio as nossas iniquidades.

Jogamos indiretas a deus, alertando-o de que Jesus já se estrepou para que fôssemos salvos e perdoados.

Definimos através de horóscopo os dias, semanas e meses que se seguirão; leitura do alinhamento de estrelas há muito mortas que sabem mais da nossa vida que nós mesmos.

A suscetibilidade que temos - que nós, que somos acontecimento dentro de acontecimento dentro de acontecimento - a agruras tem um único culpado: o mês. Aquele período aleatório em que o planeta se encontra em determinada posição é o culpado por nossa vida ser uma bosta ou um poço sem fundo de felicidade.

Queremos estar isentos da culpa a todo custo. O instinto de preservação no que tange manter o cu fora da reta do ser humano é extremamente aguçado.

Nós não somos falhos porque não pedimos para nascer. Mas jamais assumiremos o BO de bom grado.

Não sem antes culpar pó espacial, a posição do planeta e a maior de todas as incógnitas.

01/10/2013 - 14h22m

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 01/10/2013
Reeditado em 01/10/2013
Código do texto: T4506520
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