O Corvo
Seguro um corvo em minha mão
Nós dois somos filhos da escuridão
Eu, vestido com meu manto negro
Ele, com sua alma tocando a amargura...
As pessoas temem nosso olhar
Achando que nós podemos matar...
Não ferimos nem um ladrão
Quanto mais um sofrido coração...
Andamos juntos em noite de lua cheia
Eu, com minha adaga na mão
Ele, a observar as estrelas...
Até que um dia sua asa bateu
E seu corpo nunca mais tocou no meu
Fiquei dias te esperando
E meu coração aflito palpitando...
Nunca mais vi teu olhar
E perdi meu tempo
Sentado a te esperar...
Passei anos sem entender
"Por que se foi?"
Eu não sabia responder...
Hoje eu percebi
A natureza se manifestou ali
Por mais que em nós houvesse compaixão
A morte te chamava
Para ouvir sua canção...
Sem um humano perto de ti
Não pude te segurar e te deixei partir...
A morte é apenas outra vida
Para mim, cheia de mágoa
Para você...nem uma ferida...
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