excessos

pensando nos meus excessos

vem com a ansiedade das horas

prendem e sufocam sentidos

e meus gritos? se precisam de limites

nunca seriam gritos saídos

se doídos, se poéticos... são ruídos!

idos

todos vão_s

são espaços que percorro de imediato

impulsionados pelas urgências da hora

pelos quereres, pelas perguntas sem respostas

por todas as questões não formuladas

que querem se desenhar para se fazer entender

há em mim, tanto excesso de calma

tanto excesso de sonhos

tanto excesso de abraços

que não se calam com o cruzar dos braços

tanto excesso de palavras, que não há tempo

para compô-las, para vestí-las da poesia

doce... há uma ventania que quer invadir sua vida

meus excessos,

não me pertencem,

fecho os olhos e eles saltam

excessiva e exaustivamente

fraturando versos

coisificando memórias

por falta de zelo

e por não saber conter

em frascos: sentimentos, pensamentos, lágrimas

e por não saber falar ao vento

por não deixar que a poeira assente

sem fazer parte das saudades, das ausências...

excessos, que lapidam demais

ferem!

e ninguém tem mais tempo de cuidar das suas feridas...

e ninguém mais sabe olhar a dor e os outros

Rose Rocha
Enviado por Rose Rocha em 01/10/2013
Código do texto: T4506388
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