Desapego
Na hora da alegria
teu veneno na minha veia corria,
era doce, suave, terno...
A ressaca em breve tudo mudaria,
acordar sentindo o ardor do féu
minha vida entorpecida.
Me deixo cair
pois forças não tenho,
quero teu veneno outra vez,
tua falsa alegria, teu falso beijo,
teu falso sorriso, teu falso tudo...
Acordo um dia,
e finalmente o sol para mim brilha,
como não brilhava a muito tempo.
Acalento meu lamento
num peito destruído,
"Como pude ir tão longe?"
Penso em meio a gemidos.
Na dor nasce a força,
e começo o trabalho: O desapego!
Nele renasço e aprendo,
que o tempo parece sempre um tormento,
e a espera, uma morte lenta,
mais que cura... alivia... e por fim.. nos faz esquecer.