C'est la vie!
A vida é tão má, você nasce, trabalha, se diverte o máximo que pode, mas quando envelhece, ao deparar-se com a certeza inadiável da morte, percebe que não aproveitou o suficiente, principalmente se você se encontrou um misantrópico em alguma fase da vida.
A vida é tão má, dá tanto para alguns e tão pouco para outros. Ninguém nota? Nos frustra, nos aterroriza, nos faz pensar que chegamos ao fundo do poço e de repente tudo se acerta, para que depois tudo dê errado novamente e você volte a se desesperar.
A vida é tão má, tão incerta, mas com um fim tão certo. A única coisa que nos fornece como certeza é o que mais aflige, a morte.
A vida é tão má, nos dá a consciência para depois tomá-la.
Ela nos deixa vários caminhos, e qualquer um que você siga, alguma coisa em alguma hora dará errado e, claro, você nunca será forte ou maduro o suficiente para encarar sem sentir sequer um resquício de dor, seja ela psíquica ou física.
A vida é tão má que nos levou a descoberta do universo, e nos mostrou o quão o mesmo é fascinante, mas quem olha profundamente, ao conhecer o fato de que o infinito também é uma certeza, percebe que o que somos e o que fazemos são pedaços do nada nessa infinitude.
A vida é tão má que faz com que conheçamos otimistas, aquelas pessoas que sorriem para todos e riem de tudo. Aquelas pessoas encaixotadas, que negam qualquer realidade que lhes é apresentada.
A vida é tão má que faz com que conheçamos pessimistas, aqueles que fazem você se irritar, porque no fundo você sabe, que quando tudo está muito detestável, a pior coisa a fazer é entregar-se.
A vida é tão má que ilude todos com a ideia de deus, para que o fim seja menos preocupante.
E ela é mais má ainda com quem questiona a "moralidade".
A vida é tão má que me fez conhecer Nietzsche. Não apenas conhecer, me fez concordar.
A vida é tão má que me fez atinar o quão ela é má e ainda querer estar aqui. Viva?