Impaciência
É a mais pura verdade que minha paciência tem diminuído. Não sei se é coisa da idade, se é culpa do próprio viver, se é algum problema mental ou físico, mas o certo é que minha paciência tem diminuído.
Quanto mais entendo que amo a vida, menos consigo entender os homens.
Quanto mais creio que aprendo a viver, menos concordo em conviver com boa parte, talvez a maioria, dos humanos.
Quanto mais creio ser um homem livre, mais me sinto incomodado com o que vejo.
Quanto mais tento ser um racional crítico, mas vergonha tenho do que sou.
Quanto mais me sinto um livre pensador, mas apoquentado me sinto por muitos que realizam o viver no mesmo tempo-espaço de nosso planeta.
Quanto mais busco ser humano, mais sofro com a miséria, o abandono, e a exclusão social, politica e econômica de muitos, e em especial aquele sofrimento que afeta crianças.
Quanto mais busco defender a liberdade de expressão de todos, mas me incomoda ver a vida que levamos.
Quanto mais busco não ofender os outros, mas me sinto ofendido por alguns, e por alguns bem próximo a mim, por alguns de minha própria família, e que afirmam muito me amar.
Enfim, quanto mais deveria ser paciente, mas atiçado pela impaciência eu fico. Principalmente contra o medo, a inação, os interesses pessoais e a crença irracional.
Eu sei que o medo é humano, e quanto mais eu sei que o medo faz parte da vida, mais me incomoda as atitudes, ou as inações, por simples medo, medo de perder o que tem, medo de sair de sua zona de conforto, medo do que será amanhã, medo de ser punido, medo.. medo.. medo. Também tenho medo, mas o medo não me faz irracional. Como muitos, tenho medo do desconhecido, mas o desconhecido foi feito para tentar ser conhecido. Como outros, tenho medo de morrer, não medo da morte em si, que não me choca em nada, mas tenho medo de doenças terminais, tenho medo do sofrimento desumano de que algumas mortes são precedidas, e tenho medo de não ter sido o humano que deveria ter sido.
Quando jovem, sempre fui agitado e ansioso, alguma impaciência sempre fez par comigo, sempre quis chegar lá, mesmo sem saber onde e nem o que o lá seria, mas estava sempre pronto a caminhar para chegar lá. Desta forma caminhei por muitas estradas, religiosas algumas, de onde aprendi muita coisa boa, mas de onde também aprendi que por defesa a ela quase tudo vale, vale mentir, vale esconder, vale fazer da verossimilhança a própria verdade. Caminhei também pela pseudociência, fui estudioso do que não merecia estudo algum, mas eu queria chegar lá. Aos poucos fui descobrindo a ciência, e a força do respeito ao próximo, até porque amar verdadeiramente a todos é coisa para muito poucos, e não me via entre estes, mas o respeitar a todos, não requeria amor algum, e sim, uma decisão firme e sincera de respeitar a todos. E agora, depois de muito caminhar, me vejo cada vez mais impaciente, e algumas vezes tentado a me sentir ofendido, como se me sentir ofendido fosse algo que mudasse a condição humana. Quanto mais eu percebo que somente me ofendo porque entendo que os outros agem ou falam diferente do que penso, mais impaciente fico. Que coisa feia e irracional. A ofensa é porta aberta ao ódio, eu sempre quis fechar esta porta, e me vejo, as vezes, de porta escancarada para me sentir ofendido. Eu devia me ofender de mim mesmo por me sentir ofendido pelos outros. Mas um caso continua certo, a paciência tem diminuído continuamente.
Como gostaria de acreditar que pudesse ser possível misturar a paciência inativa e vergonhosa dos sábios, “que se escondem em si mesmo, como se valesse a pena ser feliz envolto em si próprio em convivência com o sofrimento de uma multidão de irmãos”, misturando esta paz com a revolta angustiante e impaciente dos outros, e lutar, assim, de peito aberto, de corpo e mente, por todo e qualquer ideal de dignificação do humano, do social e do natural, e não sentir a impaciência que hoje sinto.
É a mais pura verdade que minha paciência tem diminuído. Não sei se é coisa da idade, se é culpa do próprio viver, se é algum problema mental ou físico, mas o certo é que minha paciência tem diminuído.
Quanto mais entendo que amo a vida, menos consigo entender os homens.
Quanto mais creio que aprendo a viver, menos concordo em conviver com boa parte, talvez a maioria, dos humanos.
Quanto mais creio ser um homem livre, mais me sinto incomodado com o que vejo.
Quanto mais tento ser um racional crítico, mas vergonha tenho do que sou.
Quanto mais me sinto um livre pensador, mas apoquentado me sinto por muitos que realizam o viver no mesmo tempo-espaço de nosso planeta.
Quanto mais busco ser humano, mais sofro com a miséria, o abandono, e a exclusão social, politica e econômica de muitos, e em especial aquele sofrimento que afeta crianças.
Quanto mais busco defender a liberdade de expressão de todos, mas me incomoda ver a vida que levamos.
Quanto mais busco não ofender os outros, mas me sinto ofendido por alguns, e por alguns bem próximo a mim, por alguns de minha própria família, e que afirmam muito me amar.
Enfim, quanto mais deveria ser paciente, mas atiçado pela impaciência eu fico. Principalmente contra o medo, a inação, os interesses pessoais e a crença irracional.
Eu sei que o medo é humano, e quanto mais eu sei que o medo faz parte da vida, mais me incomoda as atitudes, ou as inações, por simples medo, medo de perder o que tem, medo de sair de sua zona de conforto, medo do que será amanhã, medo de ser punido, medo.. medo.. medo. Também tenho medo, mas o medo não me faz irracional. Como muitos, tenho medo do desconhecido, mas o desconhecido foi feito para tentar ser conhecido. Como outros, tenho medo de morrer, não medo da morte em si, que não me choca em nada, mas tenho medo de doenças terminais, tenho medo do sofrimento desumano de que algumas mortes são precedidas, e tenho medo de não ter sido o humano que deveria ter sido.
Quando jovem, sempre fui agitado e ansioso, alguma impaciência sempre fez par comigo, sempre quis chegar lá, mesmo sem saber onde e nem o que o lá seria, mas estava sempre pronto a caminhar para chegar lá. Desta forma caminhei por muitas estradas, religiosas algumas, de onde aprendi muita coisa boa, mas de onde também aprendi que por defesa a ela quase tudo vale, vale mentir, vale esconder, vale fazer da verossimilhança a própria verdade. Caminhei também pela pseudociência, fui estudioso do que não merecia estudo algum, mas eu queria chegar lá. Aos poucos fui descobrindo a ciência, e a força do respeito ao próximo, até porque amar verdadeiramente a todos é coisa para muito poucos, e não me via entre estes, mas o respeitar a todos, não requeria amor algum, e sim, uma decisão firme e sincera de respeitar a todos. E agora, depois de muito caminhar, me vejo cada vez mais impaciente, e algumas vezes tentado a me sentir ofendido, como se me sentir ofendido fosse algo que mudasse a condição humana. Quanto mais eu percebo que somente me ofendo porque entendo que os outros agem ou falam diferente do que penso, mais impaciente fico. Que coisa feia e irracional. A ofensa é porta aberta ao ódio, eu sempre quis fechar esta porta, e me vejo, as vezes, de porta escancarada para me sentir ofendido. Eu devia me ofender de mim mesmo por me sentir ofendido pelos outros. Mas um caso continua certo, a paciência tem diminuído continuamente.
Como gostaria de acreditar que pudesse ser possível misturar a paciência inativa e vergonhosa dos sábios, “que se escondem em si mesmo, como se valesse a pena ser feliz envolto em si próprio em convivência com o sofrimento de uma multidão de irmãos”, misturando esta paz com a revolta angustiante e impaciente dos outros, e lutar, assim, de peito aberto, de corpo e mente, por todo e qualquer ideal de dignificação do humano, do social e do natural, e não sentir a impaciência que hoje sinto.