* FRAGMENTOS DO CORAÇÃO: INTIMIDADE ²
Quer saber porque gosto de você, porque sempre fiquei a vontade, sempre senti essa proximidade, uma intimidade e cumplicidade com seu olhar, esse olhar enigmático e misterioso. Sempre fiquei a vontade diante de você, como houvesse encontrado alguém que compreendesse minhas noites de insônias, minhas ansiedades, meus medos, aquilo que havia de mais imperfeito em mim. Sempre fiquei a vontade perto de você, ao ponto de não ter medo de parecer imaturo, de ter medo de tocar você, e ver você desaparecer no horizonte, de ter medo de perder você para meu lado mais imperfeito. Gosto de você, porque diante desse olhar inquisidor, e provocante, provoca meus sentidos, sentimentos e emoções, desejos. Gosto de você porque sempre pude ficar a vontade diante de seus olhos, como pudesse reconhecer em seu olhar, um reflexo do que havia de imperfeição em minha alma e coração, como sentisse que houvesse uma vida do qual não lembro, mas parece fazer sentido para mim, é uma intimidade única, uma identidade única com aquilo que sou e que fui, perto de você, sempre pude sentir como que aquilo que fosse revelado em seu olhar, fizesse sentido em um enigma, onde passado, presente e futuro interligados formam uma conexão, entre sagrado e profano, entre começo, meio e fim. Gosto de você, porque diante de você, minha imperfeição é revelada, um lado em mim, fica exposto, revelado em nuances distintas, em faces que une luz e escuridão. Talvez você seja a resposta para todas as indagações, talvez seja ainda mais indagações diante dos mistérios e segredos desconhecidos pela mente humana, mas que a alma e coração reconhece, sente, como fosse possível acreditar que alma e coração são divididos em duas frações que ansiamos por encontrar durante a vida, que irão reencontrar em algum momento da vida, para começar ou terminar um espetáculo, que foi redigido de forma misteriosa e enigmática, e faz algum sentido sentir tanta falta de alguém, que não sabemos onde encontrar, que não sabemos que esteja vindo em nosso encontro, mas que sentimos que existe em algum lugar, entre o inferno e o paraíso, e que possui a sintonia que durante a vida ansiamos por encontrar, para que possamos viver e sentir.
*Alexandre Belo Horizonte