Lu(a)

Assim que um desses portais é aberto, o amor se apresenta para nós como uma realização da sensação de unidade, de sermos todos um só. O amor não é um portal. Ele é o que vem através do portal até este mundo. Enquanto estivermos completamente envolvidos pela nossa identidade com a forma (mundo exterior), o amor não pode existir.

A maioria das relações humanas consiste principalmente na interação das mentes humanas umas com as outras, e não de seres humanos se comunicando, ficando em comunhão. Nenhuma relação pode florescer por esse caminho, e essa é a razão de tantos conflitos nas relações. Quando a mente dirige a nossa vida, o conflito, as lutas e os problemas são inevitáveis. Estar em contato com o seu eu interior cria um espaço de mente vazia, dentro da qual a relação pode florescer. Esse é o início do que é o amor. No nível mais profundo do Ser, você está em unidade com tudo o que existe.

Então a mente está usando você. Estamos tão identificados com ela quem nem percebemos que somos seus escravos. É quase como se algo nos dominasse sem termos consciência disso e passássemos a viver como se fôssemos a entidade dominadora, o pensador. Saber disso nos permite observar o pensador, ativamos um nível mais alto de consciência. Começamos a perceber, então, que existe uma vasta área de inteligência. Percebemos também que todas as coisas realmente importantes como a beleza, o amor, a criatividade, a alegria e a paz interior surgem de um ponto além da mente. É quando começamos a acordar.

Eckhart Tolle