O corpo que sente

É no fim da noite que a dor aperta,e ouvir essa música não foi a melhor solução. Ela me trouxe você,e essa maldita saudade,e essa insana certeza,de que você não está aqui.

Posso deitar e rolar na cama. Posso abrir a geladeira e olhar para o pode de geleia, e lembrar de como brigávamos por ela. Posso até mesmo sentar e comer sozinha,me entupir de glicose que você não vai gritar comigo,nem vai me mandar parar de ser tão gulosa e teimosa.

Eu juro,eu não minto,pelo menos não para você. A solidão que você me criou,essa minha amiga de todas as horas está me matando. E eu nem sei mais onde foi parar a garota que fui. Só sei sorrir com você.

Ta tudo caminhando arrastado. Não atender o telefone não foi feliz para mim.

Não ouvir tua voz me angustia.

Até meus poemas ficam ruins. Tudo por sua causa. Tudo por que você foi embora. E porque eu não sei viver sem essa droga. Sem minhas coxas nas tuas enroscadas. Sem tuas mãos enfiadas em minha nuca.

Sem tua voz rouca sussurrante em meu ouvido. Sem tua saliva quente embebedando minha mucosa.

Cansei de questionar "porquês". Cansei de tentar entender minha dor.

Certas coisas não são para ser.

E talvez essa felicidade não seja para mim.

De qualquer forma o que sinto é saudade.E vontade. É querer bem mais que bem querer.

E se algum dia eu tiver oportunidade,vou dizer toda a verdade,que sou louca desvairada,por você, que não está aqui.

Gabi Vilamar
Enviado por Gabi Vilamar em 22/09/2013
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