Do zero ao infinito

Pensei bastante nisso ultimamente, e apesar do que alguns digam, volto a repetir que até mesmo algo tão lógico quanto a álgebra nos da espaço para interpretar e enquanto eles dizem que esse tipo de ideia não passa de loucura, digo que subjugar tais pensamentos não passa de ignorância desvanecida em orgulho de uma ilusória fonte de resposta para todas as perguntas.

O homem não é completamente exato, logo nenhuma das ciências dele podem ser, nem mesmo a matemática, ela é apenas uma forma de interpretar e fundamentar o que esta ao nosso redor. Na matemática as operações básicas (adição, subtração, divisão e multiplicação) podem ser interpretadas de formas diferentes. Podemos basicamente supor que todas são na verdade somas e que as operações em si não divergem em nada umas das outras, na verdade as diferenças entre seus elementos que provocam resultados assimilares. Podemos dizer que uma subtração na verdade é a soma de um número negativo com um positivo, que a multiplicação é a soma repetida do mesmo número por ele mesmo e que a divisão é a soma do número por uma de suas frações negativas repetidas vezes.

Talvez os sentimentos sejam justamente a mesma coisa. O amor, o ódio, a felicidade, a tristeza... São todos frutos da mesma operação com elementos que divergem entre si. Em determinados momentos quando estiver passando por uma situação em que a vida te oferece um número negativo como um momento difícil, ou uma perda, de nada adianta devolver entregar outro número negativo pois o resultado pode não ser algo positivo. As vezes pode ser justamente o contrario e a talvez seja necessário oferecer algo negativo para que o resultado seja positivo, como uma critica para um amigo que faz algo errado.

Buda disse que os extremos são iguais na espiritualidade, Orwell na literatura fez algo similar tratando os regimes políticos e a própria matemática com contribuição dos hindus nos oferece esse mesmo conceito. O zero em nada diverge do infinito, são ideias totalmente abstratas para nós a ponto de criar um paradoxo que vai além da simples dialética ou simbologia. Tanto o zero quanto o infinito podem estar em todos os números mesmo que não altere-o em nada pois nada acontece quando soma-se um número com zero e mesmo no número um existem infinitos outros números. Englobando tudo não por acaso são representados por um circulo fechado (0) e pode receber a mesma interpretação do infinito (∞).

Nossos sentimentos são infinitos mesmo que as vezes façam zero diferença, eles reagem entre si e podem ser interpretados de milhões de formas diferentes. Enxergar esse mosaico é essencial antes de oferecer amor ou ódio para pessoas, crenças, ideias porque a reação é sempre o alvo de qualquer ação. Como propõe a filosofia do Gestalt, o inteiro é sempre maior do que a soma de suas partes.