Humano, demasiadamente humano!
Recorrente a pergunta: quais nossos objetivos? Que anseios por anos serpenteiam nossas vidas? Que caminhos tomar e não tomar? O que ser e deixar de ser? A verdade é que, por maior o esforço em delineios, tudo não passará de rodeios, marcações em dunas, rascunhos a lápis fadados a, no sopro da fortuna, navegar!
E por quê? Simples, porque somos assim! Nossa essência humana nos tolhe a linha reta. Desde o coração até a ponta dos dedos traçamos em ondas. Entre picos e vales a vida é descrita, numa toada humana, demasiadamente humana!
Queremos acertos; erros em substituição! Quando não mais se espera, acertos em comemoração! Prevemos o canto borrado do quadro da vida, sabemos a vírgula do Universo, e com isso dançamos a valsa dos insatisfeitos, porque na sina da vida, esperamos o infinito, desejamos o perfeito, mas recebemos a incógnita e admiramos o efêmero!
E assim vamos, pecando em razão, nos cenários de emoção, e exagerando na reação, em momentos de ponderação! Na conduta de extremos, a natura a ensinar que, entre altos e baixos, a vida se revela, numa toada humana, demasiadamente humana!
Caso finalidade e objetivo sejam fundamentais, a melhor resposta à pergunta existencial é ter gratidão! Sendo o controle total uma ilusão e a realidade um imponderável em construção, nada mais importante do que ser grato pelo que a configuração da vida lhe permitiu ter!
Além de gratidão, permita-se ser feliz! Permita-se rir do obstáculo, do tropeço, do lapso, pois se a vida é cheia de variáveis, se o inacreditável é uma constante, ria dos percalços, não se leve tão a sério, nem leve os outros dessa forma! Problemas sempre existirão, não há como fugir de metas, pressões e opiniões! Segue teu caminho com confiança, pois, como diz o poeta, nem tudo são flores nessa curta, demasiadamente curta, jornada da vida, restando a nós apenas seguir adiante numa toada humana, maravilhosamente humana!