Da saudade que em mim habita

Essa saudade, que agora já é parte de mim vem chegando dia após dia... crescendo cada minuto um tiquinho mais... e a cada instante que passa vai fazendo morada em meu corpo, mente e coração. Ela é bem dessa saudade que se espalha mesmo... se abuleta nos ombros e não larga por nada. Surpreende sempre com uma lembrança nova e um jeito diferente de sentir falta. Me pega da recordação dos trejeitos, aos detalhes dos traços de seu corpo, caminha pelo jeito de acarinhar e prossegue até o de me querer bem. Vou juntando os pedacinhos dessas memórias e faço disso uma forma de amenizar aquilo que sangra, pois onde a vida surge, o sangue jorra. E a vida só (in)surge onde os amores brotam. Essa saudade é daquelas que aperta o peito, mas também deixa um gosto suave na lembrança e a vontade de só querer bem. E delicada e ao mesmo tempo avassaladora. Deixa marcas internas fortes desenhadas, que de tão violentas, transparecem na pele. Algumas doem muito, mas nem todas. Essa vontade de estar perto enquanto ausente-presente imprime na boca um gosto meio chocolate meio-amargo... a gente gosta, mas fica com desejo de outros sabores... de experimentar as singelezas da companhia cotidiana. É o fruto que amarga enquanto sacia e regala criando fomes maiores. É aquela que me devora no exato momento em que me alimenta.