Desabafo ...

No Brasil “tudo acaba em pizza”, não! Pensei eu, não desta vez! Mas ao final acabou... ou melhor não acabou...

O STF ou melhor STP (Supremo Tribunal Político), nesta quinta-feira ensolarada, que tinha tudo pra ser só mais uma quinta rotineira, fez-me remeter à divagações sobre o Direito e consequentemente sobre o meu futuro.

Refletir o que realmente estou estudando afinal? Estaria o direito reduzido a mera ferramenta manipulatória à disposição e conveniência do poder estatal? Seria o Direito uma hipocrisia, seriam todos os seus princípios e normas uma mentira, seria a profanação da Justiça?

Creio que não, pelo menos prefiro acreditar que não. Nietzsche já dizia: “as pessoas preferem acreditar no nada, do que em nada acreditar”, talvez seja um mal necessário.

Mas o que mais me surpreende é a indiferença das pessoas com relação ao maior caso de corrupção já delatado no Brasil, e o pior, no seu momento mais crucial: o julgamento dos recursos. Oportunidade para cravar o golpe de misericórdia, representando os anseios da população, a fé depositada na justiça e principalmente na Suprema Corte. Entretanto, o caso está sendo tratado com eufemismos em demasia... A demora exacerbada do julgamento, que já se arrasta por anos, suspensões de atos sem nenhuma justificativa jurídica, postergação do voto de minerva... Isso porque não quero adentrar na questão política, pois é provável que haja novo julgamento em 2014, ano de eleição. Momento oportuno para a oposição se beneficiar eleitoralmente frente ao trânsito em julgado da condenação dos mensaleiros.

Ficamos, novamente, no aguardo do desfecho desta novela, que já enchera até mesmo a mais assídua dona de casa adoradora de dramas.

O Presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, resumiu bem: “Casuísmo! Isso sim, para postergar o julgamento ao infinito...”.

Mais uma vez aproveito o ensejo para reiterar à Vossas Excelências meus elevados votos de protesto e indignação.