Vergonha de Amar
o que tens contra mim?
Ou me desejas, sem que eu saiba!
Ou me amas tanto, que prefere querer me odiar,
ou me olhas, querendo não me olhar!
O que queres, eu sei?
Não posso ler o que tens dentro de ti,
Não posso ver o que negas a mim,
Nada posso fazer...
Mas, se por acaso, pensares que sou tua,
Olhares em mim, desnudando-me,
Rejeitares o que tenho,
por não me ter,
Não se envergonhe, se abrace,
quando ao tentar me alcançar
nada em mim encontrares
para ti sou vazia
um mundo sem ilha
um nada...
não que queira que tu sintas meu repúdio
não que me afastes de mim
para correr em sentido contrário
tentando alcançar meu colo,
sei que algo tú sentes,
quando me ofendes desdenhosamente,
me tratas como adolescente
tenta me ferir, mas em ti, feres tão mais,
então, não perpetue falso ódio
não capitule -me em desestímulo,
pois, sei que sou tanto mais do que pensas
ou tentas pensar,
aí, é que o mundo desaba
é que a vida perde a graça
quando tens tamanha coragem
de me envergonhar tão cinicamente
mas que no fundo da alma
deseja-me todinha em sua mente,
o que tens contra mim?
VEJO QUE NADA MAIS ALÉM DO QUE AMOR...