EVOLUÇÃO?

Determinadas afirmativas, de tão repetidas, transformam-nos em autômatos. Ora, ao se falar que o ser humano evolui, isto quer dizer o que, efetivamente? Se somos humanos, nossa evolução não seria uma volta ao próprio interior, buscando aquilo que nos caracteriza como tal, como ser consciente e até mesmo transcendente, ainda que do ponto de vista metafísico, e não espiritual. Ou a evolução, por um acaso, seria um dado externo, um acréscimo vindo da técnica à vida cotidiana?

Seria o progresso, a evolução, por um acaso, o poder de matar de forma mais sofisticada, de roubar via processamento de dados em ambiente remoto, abortar com mais eficiência? Isto nos transforma em seres superiores ao antepassados, ou nos coloca em situação de desvantagem, retrocesso?

Chego à conclusão que o ser, em si, não evolui, no máximo se encontra, descortina. Sei que afirmar isto é quase um sacrilégio! Ofender a “evolução”, o “progresso”, a “revolução” humana. Eu não quero evoluir, e sim, descobrir-me, achar aquilo que nos faz efetivamente humanos, arrancar um monte de superficialidades que me foram impostas e que dizem me fazer melhor: mais moderno!