continuação da pág 32 a 35 do livro "NAS PROFUNDESAS DO “EU”
o sol ameno e um leve vento refrescante, a minha frente uma cortina branca no que a ergo vejo uma enorme mesa cheia de “peças” , pedaços humanos , e vejo uma criança perguntando para aquela energia:
____O meu papai tem conserto?
____Olha menina , ele atirou no próprio ouvido, posso colocar outro, mas não garanto que ele não vai ficar surdo ou louco .
____Mas arruma ele igual, eu estou com saudades .
____Então espera ali do lado sim .
____E para a senhora madame ?
____Eu abortei !
____Como à senhora fez ?
____Com uma agulha de tricô.
____Dói muito ?
____Profundamente .
____Bom, sinto muito, para esse tipo de caso vai ter que esperar umas cinco vidas, a fila é grande.
____Mas dói muito !
____Sinto muito minha senhora .
Olho para aquela banca , pilhas e pilhas de pessoas mutiladas, agonizando, e fico pensando onde estou afinal .
Sinto alguém chegando ao meu lado :
____ E para o senhor ?
____ Não ... Eu não quero nada
Nisso o outro que estava “consertando” me diz com uma vós áspera :
____O que tu procuras não está aqui meu amigo, por favor, se retire .
Ando de costa e sem querer tropeço num corpo que estava no chão, caindo dentro dele , olho para as mãos e sinto frio, já não enxergo mais nada, apenas uma rua deserta, carros estacionados, casas com portas e janelas fechadas, as árvores podadas, o lixo nas lixeiras da rua a serem recolhidos, as lâmpadas dos postes começam a se acender lentamente, ao longe um velho de bengala vem em minha direção e com uma aparência repreenderá me diz :
____Vá vestir uma roupa rapaz , o que pensa que está fazendo?
Olho rapidamente para o meu corpo estou nu, me viro rapidamente e saio correndo quando paro com a minha respiração ofegante com as minhas mãos nos joelhos sinto uma dor excruciante na minha perna esquerda que leva-me ao chão e sinto algo pegar no meu pé esquerdo e me arrastar , e uma dor tão forte quanto a primeira na minha cabeça como se o meu cérebro estivesse sendo arrancado, quando me dou por conta estou de volta naquela barraca :
____ Vamos saía daí, este corpo não é teu !
____ Eu senti uma dor muito forte, e estive numa rua...
____ Tudo bem ! ____ Tudo bem !
____ Que dor foi essa ?
____ Nada, eu só arranquei a consciência dele, ou tua .