A Lâmina da Morte
Do poço onde ventos não tocam os motivos, uma e outra vez sai esvoaçante figura sombria. Ela mora lá no fundo e caça seus medos ante esperanças e desejos de todos que, vivos, pesam longa enfermidade.
Da boca do moço onde esteve poesia, mariposas ganham luz emudecendo a morte , esquecendo seu hálito de mudar o mundo pelo sabor da sorte, solta, ardente, de onde agora resta a espuma logo jogada fora...
Punir para que não peque mais, diz a noviça enclausurada em seus bailes de agonia da hora fatal. Ela, inerrante, ceifa o bom , o tolo e o gigante com a mesma cara de felicidade incipiente, diante do espanto colhido ao suspiro final.
O arrogante que se fez herói por engano dos seus, segue o sinal da fera saída daquela cova, por onde vai a adaga que mata irá seu pensamento de fel.