O que eu fiz
Quantas vezes eu errei sem saber. Sorri com vontade de derramar lágrimas. Disse adeus com o coração apertado. Chorei escondida por coisas que não sei explicar. Acusei sem ter certeza, me arrependi; Perdoei e fui perdoada. Fiz amigos em lugares inéditos, perdi amigos que acreditava serem verdadeiros. Acolhi quem eu menos esperava, fui acolhida nos braços de quem um dia quis ver sofrer. Falei sozinha. Me culpei por tudo, mesmo sabendo que a culpa não era toda minha. Acreditei em fadas (ainda acredito). Fui chamada de louca, e não me importei: a loucura é essencial para a saúde! Conversei com as árvores, fiz pedido ás estrelas e me perdi no fascínio da lua. Me deixei levar pelo ritmo de uma música qualquer. Passei tardes me perguntando como seria o amanhã, sem saber que o amanhã não existe.
Quantas vezes eu quis mudar a vida. Mudar o mundo, fazer dele o lugar perfeito, antes de descobrir que perfeição é sinônimo de ilusão. Briguei com seres inexistentes por conta de algo que dera errado e, no fim das contas, percebi que a culpada era eu. Fiz do possível e impossível para ver um sorriso estampado no rosto que quem eu gosto, mas eu – acho que – soube respeitar suas dores. Se não soube, perdão. Senti o gosto de lágrimas amargas, por coisas que não valiam á pena. Passei noites acordadas com medo de mim mesma. Acendi as luzes, mesmo sem ter medo do escuro. Vaguei sem rumo, encontrei meu caminho. Achei que a luz no fim do túnel estava apagada, quando ela só esperava a hora certa de brilhar.
Quantas vezes me arrependi, e me arrependi de ter me arrependido por isso tudo…
Hoje eu apenas sorrio e sigo em frente, deixando todos os meus problemas trancados no fundo de um poço…bem no fundo!