MÃOS ENVENENADAS

Eu não me sinto bem...

algo quer possuir minha alma...de uma forma forte e violenta...

Cheguei a tal ponto que não consigo mais controlar esse sentimento...

Isso não é sentimento!

É um veneno...que acelera o coração...que faz meu sangue subir ate a cabeça...e aos poucos me afoga...em uma isquemia profunda...

Não consigo me livrar desse peso...que me esmaga a cabeça...dói!

Meu ar esta sem ritmo...guardo cada pontada ...em uma caixa de segredos...

Estou ferida...estou em carne viva...ei de morrer por causa disso...

Essa não sou eu!...

Não lembro quando fui inocente...esse veneno nasceu em mim...

Eu luto...mas perco!

Eu grito pedindo ajuda...e ninguém vem me salvar...todos dormem...

Ainda posso sentir latejar...o coração ferido...

Meu útero guarda uma abominação ... filho de uma alma sem nome...sem vida!

Ele me rasga por dentro...sugando o que ainda resta de inocência...

Quem sou?... “o que esta fazendo comigo?!!!”

Caída...sobre a terra molhada...não a ninguém aqui...mas sinto seu toque...sinto me rasgar!

Mãos me puxam ...me sufocam...me perfuram!

“beija-me...possua-me...mata-me!” – pede as vozes da minha mente envenenada...

“eles obedecem”...

Cheiro de sangue...me embriaga...

eles saboreiam....

Minha pele se abre...meu corpo frio...promiscuo...renasce ...

“Eu deixo...eu permito...”

Meu olhos já podem ver as sombras...e é nelas que me afogo nas noites de lua...

São eles que me criaram...nasci sozinha...!

Não me lembro se amei...se odiei...

Só lembro da dor...das marcas de mordidas...das garras...

Sempre fui sozinha... mas eles sempre apareciam para me fazer lembrar...

Que nunca fui inocente... Eu mesma me envenenei ...

“pare está doendo! Pare!”

Minha mente grita!....mas ninguém pode me salvar...ninguém pode me tirar dali...

Longe...ouço outro grito...mas as sobras sorriem...e continuam seu desjejum...arrancando cada pedaço de mim...

E quando restar apenas a lembrança da minha existência inútil...

As sombras vão dominar mais um corpo fraco...

Corpo belo e frio...

E eu...e eu?...

“ai...ai!” –só restará a dor...o sangue...o vazio!

ILUSÃO

Ilusão
Enviado por Ilusão em 06/09/2013
Código do texto: T4470011
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