Insônia
Em várias noites troco o sono por pensamentos infindáveis, suposições, monólogos mentais que deveriam ser diálogos reais, palavras que nunca serão ouvidas, lágrimas que nunca serão vistas e uma dor que nunca será compreendida. Muitas lágrimas banham o meu rosto e o meu travesseiro num derramamento incontrolável de tristeza e solidão. Tristeza essa que não me preenche, e sim me esvazia. Esvazia de toda felicidade, de toda vontade de viver e sobra apenas a solidão, que chega a me corroer por dentro, como os ácidos em um estômago vazio. Acho que sou hoje apenas um estômago vazio. Mais um estômago vazio delirante pela madrugada, que chora e se retrai por alimento.