Brevíssima reflexão quanto à responsabilidade dos adultos sobre os jovens
Recentemente minha filha chegou da escola com pena de não haver ‘fechado’ uma prova, pois teve dúvida sobre o enunciado de uma questão, o que colaborou para o erro. Ela até pediu ajuda à professora, ao que esta teria lhe respondido: “Não sei de nada” - resguardando-se na postura 'hoje é prova, não vou explicar o que já ensinei na matéria'. Ao que fiquei sabendo, tampouco leu para a turma as questões da prova em voz alta e distinta, para corrigir qualquer ato falho de edição/impressão.
Há tempos idos, em coletividades extintas, todos cuidavam de todos e os filhos de todos eram filhos de cada um. Um adulto não podia se eximir de nada, inclusive quando se tratava do bem estar dos mais jovens.
Meu avô paterno, João de Deus Girão - com quem aprendi uma 'ruma' de coisa, especialmente porque ele fazia questão de me ensinar - dizia-me: "Quando um idoso morre, vai-se uma experiência - isso dá pena... mas quando um jovem morre, perde-se uma esperança - e isso é um desastre."
Nesses tempos absurdos em que um aluno destrata e, em casos mais críticos ainda, agride fisicamente professores e corpo gestor, faz-se estranho que o educador não aproveite bem o respeito que um aluno demonstra e perca a oportunidade de ensiná-lo para além das fronteiras de matérias formais. Ora, vai que o exemplo deste contamina outros! E, quem sabe, muitos se unam e formem uma turma... E outras mais...
Qualquer tempo e lugar são salutares para que adultos orientem os mais jovens, porque em qualquer tempo e lugar há a NECESSIDADE - e, em muito casos, PREMÊNCIA.
Quanto a minha filha, que tem 15 anos e cursa o 9º ano do ensino fundamental, parabenizei pela nota alcançada e lhe disse: “Seu erro foi ‘pensar pequeno’: resolver o exercício podia não ser necessário, mas, se resolvido de forma correta, sempre seria correto; da próxima vez, faça mais do que o que acredita que esperam de você.”
E, não: nem de longe sou a mãe que sempre quis ser para meus filhos!