Eu (?)

Estas são palavras,

Palavras do vazio.

O vazio de meu ser.

Até poderia, e talvez devesse,

Parecer algo lúdico e poético,

Entretanto, não o é.

As palavras que aqui estão, são

Em absoluto,

Verdadeiras.

É a expressão máxima do meu ser,

É, talvez, o que me tornei.

Há muito busquei ser

O Melhor

E o Pior.

Entretanto, falhei.

Não que pudesse ser ambos,

Mas, apesar de saber, busquei

Tentei ao máximo ser,

Expressar o que sou.

Mas, mais uma vez, falhei.

Caminhando de forma recorrente,

Observei, de forma inocente(?),

O que realmente me tornei.

E vos garanto, não foi,

Nem distante,

O que desejava ser.

O sentimento que aqui me cobre, neste inoportuno momento,

É de um vazio, de extrema solidão,

Originário, talvez, da minha recorrente loucura.

Do meu relutante ser.

Daquele que sempre, e para o sempre,

Buscou ser, o que, já sabia, não ser.

A busca foi,

O contrário,

O oposto,

O paradoxo,

O exato oposto se materializou

Se tornou, tudo aquilo e além, do que jamais queria ser

É, agora, o mais infeliz.

A saudade, a dor, o receio, o rancor,

Tudo aquilo que sempre menosprezou,

Simplesmente se acumulou

E o vaso, cujo fundo parecia inalcançável,

Cujo nível jamais esperou chegar ao máximo,

Agora,

Transbordou.

Fora feito do pecado.

Fora fruto da insanidade.

Da loucura.

Era ele, era vós,

Era eu,

A personificação do que jamais quis ser.

Temo, há muito, mas sempre, para o sempre,

Busquei esquecer,

E agora, pelo acaso, pelo caso

Me conscientizei.

Infelizmente, talvez,

O tempo, em sua magnitude,

Cure tais feridas,

Alivie a minha dor,

Mude a minha loucura,

Mas deixe, com amor,

As cicatrizes,

As cicatrizes de alguém,

Que um dia,

Por um dia,

Você Foi.

Victor Said ss
Enviado por Victor Said ss em 04/09/2013
Código do texto: T4467282
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