Esfacelando realidades

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Não adianta regurgitar sofrimentos nem ruminar lamentações. Se ficou indigesto, o alívio surge a partir da ojeriza do vômito; a cura, da constrição e dor. Depois do vômito vem o alívio. Tente!

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Há poemas que falam de amor; outros, referem-se ao desamor, antípoda que surge quando o encantamento se desfaz. ‘Amor e ódio andam juntos’ e sempre vence aquele que você alimentar com mais desvelo. Com o esfacelamento dos cristais, surge a indiferença; com a obstrução da lente do fascínio, as imagens, distorcidas, criam monstruosidades que nos motivam à fuga, porque o medo, embora impulsione o fracasso, serve como alavanca para movimentar o homem para além das sombras.

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O Sol é apenas estrela de quinta grandeza. Ademais, existem vários sóis... Portanto, a Lua que, infelizmente, não possui luz própria, jamais ficará sozinha – sempre haverá outros sóis que a manterá em boas e iluminadas mãos. Como poeta, continuarei observando a Lua, mas noutra dimensão, fora da minha realidade tangível, distante da percepção humana do toque e do meu olhar míope – ela servirá de inspiração para novas poesias, lamentos e buscas, sendo vista, apenas, pelo reflexo temporal da luneta de Galileu. A Terra, entretanto, ela se movimenta e, como um de seus habitantes, preciso, urgentemente, dessa dinâmica e liberdade adquiridas pelo distanciamento dos Astros. O eclipse demora, ocorre espaçadamente, mas as sombras já me causam a percepção de dias melhores no próximo alvorecer.

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As experiências são necessárias e precisamos ter a coragem para dar o adeus, que é para sempre!

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 03/09/2013
Código do texto: T4465048
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