E se não voltar...
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Absolutismo nas relações humanas é grande risco. É ingênuo acreditar que somos o melhor porto, a melhor guarida e o lugar mais aconchegante do mundo. Algumas vezes, 'pássaros' voam e, de repente, encontram ninhos mais acolhedores, carinhos mais afetuosos que os nossos. Sem que se apercebam, ficam e não retornam nunca mais. E dentro deles não há mágoa nem rancor - apenas ficaram. A sensação de clausura é terrível, mas liberdade desmedida sem desvelo, pode ter conotação de desleixo e descaso, dando ao 'pássaro' a sensação de precariedade. Quem gosta nunca diz vá! Quem gosta, externa os riscos da liberdade, mas, ao dar 'asas' ao outro, releva o cuidado e a necessidade do retorno. Afinal, pouco conhecemos de nós mesmos, dos nossos melhores e piores sentimentos, qualidades e defeitos. Portanto, em cada encontro do pássaro, fora do ninho, haverá outro universo, totalmente desconhecido, que possui, potencialmente, o condão de espantar! E o espanto risonho, a felicidade do "Entre e permaneça, a casa é sua!" quebra vínculos anteriores, pois a vida e viver nada mais são que a possibilidade de aprender e (re)aprender, sempre; de experimentar - adoro sentir o gosto da vida, mesmo que me seja de amargura! O ruim é estagnar e tentar entender as pessoas como ilhas de soberba, isoladas da realidade e experiências que a vida nos oferta, gratuitamente, a todo instante.
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