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Não tenho medo de agulhas, não choro pra tomar injeção. Furei tantos piercings, fiz tatuagens, nunca tive problemas com altura... E é tão estranho esse 'Tanta coisa' que eu gostaria de dizer, mas nunca tive coragem suficiente. Você me assusta. Me assusta porque eu sei que o que quer que eu diga não será correspondido. Eu tenho medo porque a cada meia frase que eu começo eu sinto que você não está verdadeiramente ali. Porque eu sei que não sou eu quem viro o seu mundo, quem te bagunça e te desarruma. Porque eu me sinto tão burra a cada vez que eu falo que não vou mais cair nessa armadilha, e sempre acabo assim, fazendo mais um texto pra você.

É injusto isso de um minuto tendo a certeza que você é meu de verdade, pra ter as próximas semanas estando completa e absolutamente lúcida o suficiente pra saber que na verdade eu supro a sua carência, nada mais.

Eu odeio essa tecnologia facemoderna de ver o que os outros estão pensando, e saber que você não pensa em mim. De ler tudo o que você diz que é e saber que eu não encaixo em nada ali. Me diga que não compensa acreditar em qualquer 'estou-com-saudades-de-você', pra ter depois dias seguidos de silêncio absoluto, repleto de fantasmas saídos do 'eu-sei-com-quem-você-esteve-em-junho-passado' aparecendo toda hora na tela do meu computador.

T Barros
Enviado por T Barros em 02/09/2013
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