PARA O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS
A evolução de um país, plena e sólida, configura-se como resultado da convergência de inúmeros fatores conjunturais e individuais. Devido à complexidade do processo evolutivo, proliferam filosofias que tentam explicar a sociedade e seus mecanismos. Todavia, por mais justificáveis que sejam, apenas dois discursos são insuficientes ao próprio desenvolvimento e este se fundamenta, basicamente, na atividade prática humana.
A prosperidade de uma nação resulta do aprimoramento das habilidades individuais em benefício coletivo, em decorrência do exercício consciente do trabalho. Tal exercício promove a interferência construtiva do homem nas estruturas da sociedade, o que transforma os indivíduos em agentes configuradores do meio social. O homem deixa de ser passivo para ser ativo na conclusão de seu destino. Torna-se, efetivamente, um cidadão.
O exercício consciente do trabalho constitui a extração eficaz das potencialidades vocacionais do homem. O mecanismo social deve estar preparado para contribuir na identificação destes potenciais e para criar condições favoráveis à passagem deles às ações práticas. A sociedade, então, disporia de indivíduos com mão-de-obra qualificada e eles seriam capazes de provocar o progresso socioeconômico do país, a partir da produção de riquezas.
A geração de capital pressupõe a existência de um mercado de trabalho ativo e coerente com a realidade mundial. Esta apregoa o sistemático desenvolvimento técnico-científico àqueles que objetivam adquirir autonomia e consolidar-se economicamente. A edificação deste mercado resulta justamente do aproveitamento e aperfeiçoamento do trabalho do homem, através de projetos educacionais voltados ao descobrimento e desenvolvimento das vocações individuais e de estímulos à produção científico-tecnológica. A viabilização da autonomia e o acúmulo de riquezas provenientes proporcionam as condições ideais à distribuição de renda, ao crescimento do mercado e da economia e à melhoria das condições de vida da população.
O surgimento de filosofias que explicam e analisam a sociedade resulta na identificação de problemas e na viabilização de diretrizes para ações humanas, o que, indubitavelmente, beneficia a sociedade. Contudo, filosofias são, como qualquer pensamento, abstrações da realidade e continuam no plano abstrato, caso não haja o trabalho do homem. As abstrações, quanto mais tempo se desenvolvem em sua condição de imaterialidade, mais distantes da realidade tornam-se, além de defasarem-se e configurarem-se mais passíveis de distorções.
Um país que se baste apenas de filosofias pode atar-se a um passado defasado, ou mesmo neutralizar e perder suas forças criativas e práticas, em torno de ideologias que, belas e justas no plano abstrato, constituem-se impraticáveis e equivocadas na realidade. Ideologias são proveitosas quando efetivamente fundamentam ações humanas em prol da evolução social e individual.
Compete, então, à sociedade desenvolver e cultivar a cultura do trabalho. A praticabilidade de qualquer projeto desenvolvimentista do país depende da conscientização social e individual acerca da importância do trabalho. Estratégias de conscientização devem ser empregadas tanto na esfera midiática quanto na educacional, a fim de educar as pessoas sobre o trabalho cônscio e sua função na sociedade. Cabe, portanto, aos indivíduos, produzirem seu trabalho, pois se agirem desta forma, eles serão agentes das mudanças pretendidas.
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Exercício de reflexão sobre o tema: “Por mais coerentes que sejam as ideologias e os discursos, parece ser o trabalho a melhor receita para o desenvolvimento.”
Dalva Molina Mansano