NO TEMPO DAS METAMORFOSES
Pediram-me para que lhes mostrasse onde há vida,
para que pudessem se deleitar com seus egos incautos,
e lhes mostrei suas inconscientes mortes.
Pediram-me para lhes pintar um céu límpido
para que o contemplassem de seus soluços terrenos,
e lhes expus suas nuvens entenebrecidas.
Pediram-me que lhes cantasse suaves melodias
para lhes acalentar medos na escuridão de suas noites
e lhes mostrei suas cruciantes cantigas de lamentos.
Pediram-me para lhes conceber um arrebol de amor cândido
para que se deitassem com suas superficialidades airosas,
e lhes mostrei suas espuriedades intrínsecas.
Pediram-me para crer em suas realizações inconspurcadas,
para que tivessem uma trégua de minhas chuvas escumadas,
e lhes mostrei punhais afiados em suas mãos.
Pediram-me para apontar algum abrigo seguro
onde pudessem repousar seus cansaços sôfregos,
e lhes mostrei suas ilusões tênues a caminho do abismo.
Pediram-me sobriedade em meus sentimentos alocutórios
para lhes atenuar a sede insaciável por uma visão impermista,
e lhes mostrei mentiras silentes em seus sorrisos perversos.
Pediram-me que me atentasse a suas candidezes de momentos anteriores
para que pudessem ser perdoados em seus presentes tórridos,
e lhes mostrei lembranças brancas em suas semeaduras de angústias.
Pediram-me que lhes desse uma face genuína,
para que cressem em minhas palavras de dor,
e lhes mostrei suas máscaras desvanecidas em reflexos oportunos.
Pediram-me para contemplar suas essências nobres,
para se apaziguarem de seus labirintos escusos,
e eu lhes mostrei que se metamorfoseiam na relva infausta.
Pediram-me para acalentar seus sonhos inexequiveis,
para que pudessem voar como águias envilecidas
e lhes arranquei as asas da imaginação, evidenciando suas plumas delicadas.
Pediram-me para lhes alimentar a crença num paraíso idílico,
para que se abrigassem nos braços de um pai que lhes aliviasse de suas angústias,
e lhes mostrei o frio apagamento que lhes aguarda.
Então, em autopreservações de seus vultos pálidos,
escudeados de meu ser amaldiçoado
e tomados de iras e de rancores incontidos por meus jugos,
em vez de pedirem, sentenciaram-me ao deserto frio;
e os abandonei na ilusão de suas frívolas vivências exteriores.
Péricles Alves de Oliveira
para que pudessem se deleitar com seus egos incautos,
e lhes mostrei suas inconscientes mortes.
Pediram-me para lhes pintar um céu límpido
para que o contemplassem de seus soluços terrenos,
e lhes expus suas nuvens entenebrecidas.
Pediram-me que lhes cantasse suaves melodias
para lhes acalentar medos na escuridão de suas noites
e lhes mostrei suas cruciantes cantigas de lamentos.
Pediram-me para lhes conceber um arrebol de amor cândido
para que se deitassem com suas superficialidades airosas,
e lhes mostrei suas espuriedades intrínsecas.
Pediram-me para crer em suas realizações inconspurcadas,
para que tivessem uma trégua de minhas chuvas escumadas,
e lhes mostrei punhais afiados em suas mãos.
Pediram-me para apontar algum abrigo seguro
onde pudessem repousar seus cansaços sôfregos,
e lhes mostrei suas ilusões tênues a caminho do abismo.
Pediram-me sobriedade em meus sentimentos alocutórios
para lhes atenuar a sede insaciável por uma visão impermista,
e lhes mostrei mentiras silentes em seus sorrisos perversos.
Pediram-me que me atentasse a suas candidezes de momentos anteriores
para que pudessem ser perdoados em seus presentes tórridos,
e lhes mostrei lembranças brancas em suas semeaduras de angústias.
Pediram-me que lhes desse uma face genuína,
para que cressem em minhas palavras de dor,
e lhes mostrei suas máscaras desvanecidas em reflexos oportunos.
Pediram-me para contemplar suas essências nobres,
para se apaziguarem de seus labirintos escusos,
e eu lhes mostrei que se metamorfoseiam na relva infausta.
Pediram-me para acalentar seus sonhos inexequiveis,
para que pudessem voar como águias envilecidas
e lhes arranquei as asas da imaginação, evidenciando suas plumas delicadas.
Pediram-me para lhes alimentar a crença num paraíso idílico,
para que se abrigassem nos braços de um pai que lhes aliviasse de suas angústias,
e lhes mostrei o frio apagamento que lhes aguarda.
Então, em autopreservações de seus vultos pálidos,
escudeados de meu ser amaldiçoado
e tomados de iras e de rancores incontidos por meus jugos,
em vez de pedirem, sentenciaram-me ao deserto frio;
e os abandonei na ilusão de suas frívolas vivências exteriores.
Péricles Alves de Oliveira