Quebrando

O mal é que há em mim uma lacuna que grita. Nada vazia. Não há falta nela. Apenas uma pequena, quase imperceptível falta. Na verdade, é que de tão cheia, desassossega, me desassossega...

Uma completude completamente incorreta perdura.

E o que falta ali é pouco mas pesa. O completo é pouco, peço mais.

De tão pequenina falta em meio desse tão completo espaço, sua sutileza crescente me quebra o corpo. E essas sobras de mim não são eu.

Quebro-me, metáfora. Quebro-me, recortes. Quebro-me, papéis. Quebro-me, em branco. Quebro-me, palavras. Quero-me. ]

Quero-me, inteira.

E enquanto vôo, pedaço de mim desconcertada, meu corpo é tocado agora. E assim, sinto meus olhos depirem-se no mais apreciar de uma voz entornada na calmidade, é melodia... Que me invade os pensamentos. Eu vou....

Lili Braum
Enviado por Lili Braum em 11/04/2007
Reeditado em 11/04/2007
Código do texto: T445504