Chegou a Hora

"Pulso queima, sangue escorre.

No espelho, o espectro da vergonha e da mentira grita por socorro. Mediocridade enfadonha que persiste, bate e fica. Ontem era sonho, hoje vira ilusão.

O céu já não tem o mesmo tom de azul e as canções perderam a sutileza para se tornarem verdadeiras metralhadoras de mágoas profundas.

Rejeitado, humilhado, um pó na imensidão do mundo. Sim, doeu! Cada palavra marcara-me como uma gélida lâmina invisível e ninguém mais estava ali para me impedir. Não havia abraço na madrugada, um sorriso amigo num domingo de sol e nem mesmo Deus sussurrando no meu ouvido que tudo ficaria bem. Abandono é o que sinto.

Forte finca, adentra e rasga. O corpo fraco cede, gira, tomba e cai.

Ainda com os olhos abertos, as imagens vêm num turbilhão de péssimas lembranças. A dor cessa e a máscara enfim se estilhaça em pútridos cacos de esperança forjada.

Chegou a minha hora de sair do palco sem aplausos para arrancar e sem sombra para me esconder. Chegou a hora de dizer adeus.”

Raffa Willian
Enviado por Raffa Willian em 27/08/2013
Reeditado em 27/08/2013
Código do texto: T4454083
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.