Infância distante marcada a ferro e fogo.

Lembro de cada detalhe, cada sorriso, esboço de emoção que escorre pelos lábios, sua voz tão unica, aveludada diziam as palavras de forma tão magica, meu medo era a confusão o trafico de pensamentos o dissertar de ilusões. Mas no momento nada era valido, o importante era estar ali, sem me mexer, eu que me encontrava imovel por de baixo de seus quadris, podia ter a visão do paraiso, um rosto angelical, que me prendia com seus braços largos, de ombros fartos, e eu ansiava pelo beijo, as bocas quase se tocavam. Então em um redemoinho sem fim, como um espelho d'água despedaçado tudo ficou embaçado, seu rosto se tornara uma mistura de cores, que se confundiam em um emaranhado de cabelos peles e escuridão, eu estava sem ar, não podia respirar queria me soltar, tudo estava a baixo, as paredes do quarto desmoronavam, uma musica leve do tempo de infância nascia em algum canto e eu me vi menina, quando ainda era pequena sentada no sofá... com medo, os dedos cheios de sangue, chorando por não entender a maldade humana, dos adultos sem coração que arrancam a pureza de uma criança por pura inveja, pura perdição.