Questionar


Houve um tempo em que questionar as autoridades do saber ou mesmo seus dogmas, era blasfêmia, sinal claro de heresia, poderia ser entendido como sacrilégio, garantia de paganismo ou comportamento infiel.
Muitos se foram por muito menos.
 
Hoje, se não questionamos é por pura inação, descaso, inconsequência, conivência ou interesses, pois que o medo destas autoridades não é mais motivo, pelo menos no Brasil, para calar-se e aceitar absurdos, em nome de uma fé. Absurdos em nome da fé, para mim é puro sinal de fanatismo.
O que podemos hoje sofrer, uma excomunhão? Mas se até o padre (frei) Beto foi excomungado, se até o padre Roberto também o foi, e em uma instituição onde o crime de estuprar e assassinar alguém é entendido como de menor desumanidade do que praticar um aborto em uma criança de 9 anos de idade, sinceramente entendo que isto (a excomunhão) possa até ser percebida como virtude.
 
Sinceramente, me sentiria envergonhado de pertencer a uma instituição que preferisse condenar uma criança de 9 anos, estuprada pelo seu pai, ao risco da morte, ou a um futuro de eterna lembrança do estupro, do que aceitasse um aborto nesta mesma criança, e que acabasse por excomungar os médicos que fizessem tal aborto. Mas isto não aconteceu!!! Nenhuma instituição seria tão desumana a este ponto, estando o mundo cheio de assassinos, onde ao longo do tempo alguns deles já passaram pelos quadros desta instituição, e não foram excomungados.

 
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 25/08/2013
Código do texto: T4450943
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