O tempo importa, mas não faz assim tanta importância
O tempo importa, mais não faz realmente muita importância. A vida e a natureza, estas importam muito mais. O tempo é a percepção do intocável, construído mentalmente, em uma mente imperfeita, cheia de falhas de projeto, exatamente por não ter projeto algum.
O tempo parece fluir, envelhecemos, é claro que algo ou alguém deve ser o culpado, como não ousaríamos culpar entidades místicas, que também são intangíveis, deslocamos o foco da intangibilidade do transcendente para a intangibilidade de algo que juramos imanente, o tempo.
Como explicar o antes e o depois se o tempo não existisse? Ele tem, assim, que existir, e deve sempre caminhar, e a natureza se curva a ele, deixando a realização do presente para que o passado possa provar que o tempo existe e que caminha inabalável e presunçoso de sua superioridade e de domínio a tudo.
Mas será que é assim mesmo? Será que tem de ser assim? Ou assim o parece simplesmente porque fomos programados ao longo de muitos milhões de anos (cerca de 500 milhões de anos se nos focarmos apenas na vida terrestre), mas no fundo nossos primos distantes, viventes no mar, mas que já possuíam algum nível de circuito neuronal, também sofreram alguma pressão seletiva que deve ter impresso neles também o reflexo de um tempo que sempre passa.
Ao iniciarmos nossa jornada como hominídeos, acidentada, casual, sem destino, sem planos ou direção específica, devemos ter realizado de uma forma desajeitada ainda, que o depois sempre seguiria o antes, que o agora sempre ficaria para traz como passado, e que posso me lembrar do antes, jamais me lembro do depois, e assim, nossos irmãozinhos hominídeos, ainda muito mais “símios” que humanos foram cada vez sedimentando o conceito, hoje natural, que temos do tempo, de que ele existe, tem realidade própria, e que sempre caminha para a frente.
Hoje, falar o contrário parece contrassenso para muitas pessoas, tentei conversar com minha mãe, e ela me chamou de maluco, com a mesma argumentação que sempre acaba me ofendendo, de que se a maioria absoluta acredita naquilo, como posso eu ser mais inteligente que a multidão e dizer o contrário. É a mesma exata argumentação quanto ao meu ateísmo, milhões de pessoas, cultas, ricas, famosas, “até mesmo juízes”, acreditam na existência de deus, até a bíblia confirma isto, como eu, “euzinho”, posso ser melhor que eles todos e não acreditar. É minha mãe, eu a amo apesar desta comparação infeliz, mas é ela também que não acredita que o homem foi a lua, ou que somos um ser animal que evoluiu de simiescos animais, mas tudo bem, ela é minha mãe e eu relego tudo isto.
Mas nossa percepção é falha, não somente nisto.
Quem disse que a realidade tem de ser intuitiva? A realidade é muito contra intuitiva, mas para a maioria isto é coisa de maluco.
O engraçado é que quando falamos do espaço, não do espaço enquanto aquele lugar fora da terra, em que os “Ets” viajariam, falo do espaço enquanto lugar tridimensional que na prática não podemos também tocar, sentir, ou mesmo ver, porem ele está ali, está aqui, está em todo lugar, e do mesmo modo sem uma estrutura argumentativa que o possa descrever de forma fácil. Mas todos percebem o espaço como estático, não deformável, e que posso me movimentar por ele, tudo pode na verdade por ele se movimentar, e o aceitamos assim de forma fácil. O espaço existe estático, indeformável, talvez com um fim, ou mesmo sem ele, mas nós nos movemos por ele. Quando eu ouso comentar que o tempo pode ser assim também, uma dimensão a mais, intocável, e que não se move, sendo nós é que nos movemos por ela, sou qualificado de louco. A sorte é que a ciência, em algumas linhas de pesquisa tem chegado a este mesmo resultado.
Como uma boa integral, vamos por partes.
O espaço não é indeformável, ele não é nem de perto um espaço euclidiano, “liso”, “plano”, e talvez nem o seja contínuo, talvez seja granular, o que facilmente explicaria o conceito de ponto, mas isto é outra estória, quem quiser pode perder um tempo tentando ler meu texto, publicado em 11-06-2010 “A irreal e paradoxal realidade - Divagações sobre o paradoxo de uma realidade irreal.” em que discorro como esta possibilidade daria vida a um conceito teórico, o do ponto, e assim toda a geometria passaria a ter vida nascida de algo real, e não de um conceito transcendental, necessário, mas intocável, o do ponto. Mas o que importa agora é que o espaço não é indeformável, ele pode ser deformado, podendo ser granular, pode inclusive ter mais do que as três dimensões que conseguimos perceber, pode também existir mais de um espaço, no conceito do multiverso. Mas não para aí nossa intuição incompleta, para feri-la um pouco mais, o espaço pode não existir sozinho, independente, pode ser que ele faça um único corpo, totalmente entrelaçado com o próprio tempo, e assim não caiba mais falar de tempo e de espaço, e sim de espaço-tempo, um único corpo, uma única realidade, uma única existência, e agora com esta visão não há necessidade de o tempo ser algo que caminha, e sim que nós, os corpos materiais caminhemos por este espaço-tempo, exatamente como acreditamos, hoje, fazer pelo espaço. Assim a relatividade do tempo e do espaço passam ter vida própria, unificada, e agora sim majestosos e poderosos. Igualmente como o espaço se deforma na presença de massa e de gravidade, o conjunto único espaço-tempo se deforma também, e atalhos podem existir neste espaço tempo que nos permita viajar muito mais rápido que o limite imposto pela velocidade da luz em um espaço-tempo não deformado, ou pouco deformado.
Tudo isto para dizer que o tempo não deve existir enquanto entidade autônoma, e sim enquanto entidade única com o espaço formando o grande bolo espaço-tempo. E de quebra comentar que a realidade é muito mais não intuitiva do que somos capazes de imaginar, e muito mais “loucuras” estão por vir.
O tempo importa, mais não faz muita importância. O espaço-tempo sim importam totalmente e assim a vida e a natureza importam mais ainda, posto que é nelas que encontramos a realidade do nosso existir, e o espaço-tempo oferecem o sustentáculo possível para que tudo exista.
O tempo importa, mais não faz realmente muita importância. A vida e a natureza, estas importam muito mais. O tempo é a percepção do intocável, construído mentalmente, em uma mente imperfeita, cheia de falhas de projeto, exatamente por não ter projeto algum.
O tempo parece fluir, envelhecemos, é claro que algo ou alguém deve ser o culpado, como não ousaríamos culpar entidades místicas, que também são intangíveis, deslocamos o foco da intangibilidade do transcendente para a intangibilidade de algo que juramos imanente, o tempo.
Como explicar o antes e o depois se o tempo não existisse? Ele tem, assim, que existir, e deve sempre caminhar, e a natureza se curva a ele, deixando a realização do presente para que o passado possa provar que o tempo existe e que caminha inabalável e presunçoso de sua superioridade e de domínio a tudo.
Mas será que é assim mesmo? Será que tem de ser assim? Ou assim o parece simplesmente porque fomos programados ao longo de muitos milhões de anos (cerca de 500 milhões de anos se nos focarmos apenas na vida terrestre), mas no fundo nossos primos distantes, viventes no mar, mas que já possuíam algum nível de circuito neuronal, também sofreram alguma pressão seletiva que deve ter impresso neles também o reflexo de um tempo que sempre passa.
Ao iniciarmos nossa jornada como hominídeos, acidentada, casual, sem destino, sem planos ou direção específica, devemos ter realizado de uma forma desajeitada ainda, que o depois sempre seguiria o antes, que o agora sempre ficaria para traz como passado, e que posso me lembrar do antes, jamais me lembro do depois, e assim, nossos irmãozinhos hominídeos, ainda muito mais “símios” que humanos foram cada vez sedimentando o conceito, hoje natural, que temos do tempo, de que ele existe, tem realidade própria, e que sempre caminha para a frente.
Hoje, falar o contrário parece contrassenso para muitas pessoas, tentei conversar com minha mãe, e ela me chamou de maluco, com a mesma argumentação que sempre acaba me ofendendo, de que se a maioria absoluta acredita naquilo, como posso eu ser mais inteligente que a multidão e dizer o contrário. É a mesma exata argumentação quanto ao meu ateísmo, milhões de pessoas, cultas, ricas, famosas, “até mesmo juízes”, acreditam na existência de deus, até a bíblia confirma isto, como eu, “euzinho”, posso ser melhor que eles todos e não acreditar. É minha mãe, eu a amo apesar desta comparação infeliz, mas é ela também que não acredita que o homem foi a lua, ou que somos um ser animal que evoluiu de simiescos animais, mas tudo bem, ela é minha mãe e eu relego tudo isto.
Mas nossa percepção é falha, não somente nisto.
Quem disse que a realidade tem de ser intuitiva? A realidade é muito contra intuitiva, mas para a maioria isto é coisa de maluco.
O engraçado é que quando falamos do espaço, não do espaço enquanto aquele lugar fora da terra, em que os “Ets” viajariam, falo do espaço enquanto lugar tridimensional que na prática não podemos também tocar, sentir, ou mesmo ver, porem ele está ali, está aqui, está em todo lugar, e do mesmo modo sem uma estrutura argumentativa que o possa descrever de forma fácil. Mas todos percebem o espaço como estático, não deformável, e que posso me movimentar por ele, tudo pode na verdade por ele se movimentar, e o aceitamos assim de forma fácil. O espaço existe estático, indeformável, talvez com um fim, ou mesmo sem ele, mas nós nos movemos por ele. Quando eu ouso comentar que o tempo pode ser assim também, uma dimensão a mais, intocável, e que não se move, sendo nós é que nos movemos por ela, sou qualificado de louco. A sorte é que a ciência, em algumas linhas de pesquisa tem chegado a este mesmo resultado.
Como uma boa integral, vamos por partes.
O espaço não é indeformável, ele não é nem de perto um espaço euclidiano, “liso”, “plano”, e talvez nem o seja contínuo, talvez seja granular, o que facilmente explicaria o conceito de ponto, mas isto é outra estória, quem quiser pode perder um tempo tentando ler meu texto, publicado em 11-06-2010 “A irreal e paradoxal realidade - Divagações sobre o paradoxo de uma realidade irreal.” em que discorro como esta possibilidade daria vida a um conceito teórico, o do ponto, e assim toda a geometria passaria a ter vida nascida de algo real, e não de um conceito transcendental, necessário, mas intocável, o do ponto. Mas o que importa agora é que o espaço não é indeformável, ele pode ser deformado, podendo ser granular, pode inclusive ter mais do que as três dimensões que conseguimos perceber, pode também existir mais de um espaço, no conceito do multiverso. Mas não para aí nossa intuição incompleta, para feri-la um pouco mais, o espaço pode não existir sozinho, independente, pode ser que ele faça um único corpo, totalmente entrelaçado com o próprio tempo, e assim não caiba mais falar de tempo e de espaço, e sim de espaço-tempo, um único corpo, uma única realidade, uma única existência, e agora com esta visão não há necessidade de o tempo ser algo que caminha, e sim que nós, os corpos materiais caminhemos por este espaço-tempo, exatamente como acreditamos, hoje, fazer pelo espaço. Assim a relatividade do tempo e do espaço passam ter vida própria, unificada, e agora sim majestosos e poderosos. Igualmente como o espaço se deforma na presença de massa e de gravidade, o conjunto único espaço-tempo se deforma também, e atalhos podem existir neste espaço tempo que nos permita viajar muito mais rápido que o limite imposto pela velocidade da luz em um espaço-tempo não deformado, ou pouco deformado.
Tudo isto para dizer que o tempo não deve existir enquanto entidade autônoma, e sim enquanto entidade única com o espaço formando o grande bolo espaço-tempo. E de quebra comentar que a realidade é muito mais não intuitiva do que somos capazes de imaginar, e muito mais “loucuras” estão por vir.
O tempo importa, mais não faz muita importância. O espaço-tempo sim importam totalmente e assim a vida e a natureza importam mais ainda, posto que é nelas que encontramos a realidade do nosso existir, e o espaço-tempo oferecem o sustentáculo possível para que tudo exista.