O ideal egoísta

O modo como encaramos o sofrimento é de extrema importância, a maioria das religiões tentam apagar este necessário estado criando um falso consolo para superarmos nosso gigantesco medo. Muitos se apoiam em matéria e quantidade, como se os possuidores de extrema quantidade estivessem imunes a qualquer tipo de frustração. A existência de Deus é questionada quando desfrutamos de seu silêncio envolto à dor e o sofrimento. Estamos desamparados quando o suposto ideal se distância, mas quando confortáveis tanto emocionalmente quanto financeiramente estamos supostamente próximos do criador. O homem não deveria ousar questionar a existência de Deus sobre motivos mesquinhos, egoístas, e superficiais como estes.

A pouca inteligência em acreditar ou não sobre a primazia do que nos é favorável nos torna ignorante. O poder compra bajuladores, mas não amigos, o amor puro e sincero não pode ser comprado e sim conquistado, sou homem e não robô justamente para ser livre para amar e escolher, amar alguém porque te proporciona uma vida desejada é realmente insuficiente, se é que isso é amor. Tentam entender sobre o silêncio de Deus encontrando consolo em acreditar que quando está em silêncio está trabalhando, mas e se não estiver, vou deixar de ama-lo? Se Deus existir simplesmente para propiciar uma vida confortável, sem frustrações, percas, derrotas ou qualquer situação desfavorável a uma inversão de valores, afinal quem é o criador e quem a criação? Se Deus existe simplesmente para suprir minhas necessidades sou Deus e ele servo.

Grandes homens muito sofreram, mas isso te prejudicará se não duvidar e criticar o próprio sofrimento, ele pode ser semente de superação ou reclamação e insatisfação. Neste grande espetáculo você pode ser o super homem ou a vitima.

Raphael Cavalheiro
Enviado por Raphael Cavalheiro em 21/08/2013
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