Humanidade - este sentimento ainda nos falta

Composto em Março de 2010


Viver nossa vida como verdadeiros seres Humanos é muito mais difícil do que possa parecer. O mundo como um todo comunga para nos levar a sermos unicamente mais um neste mundo. Induz-nos a crer que basta viver apenas nossos instintos mais animalescos. Não. Não que devamos ter vergonha deles, posto que somos assim, unos com eles. Eles estão em nós, e nós estamos "programados" pela evolução com eles. Somos um complexo emaranhado de instintos básicos e reações puras (pura no sentido de natural e não no sentido de pureza), que se vividas em toda sua intensidade nos levaria a viver naturais, mais “animalescamente” humanos.

Nossos instintos foram, ao longo de vários milhões de anos, sendo ajustados para que sobrevivêssemos em um mundo terrivelmente perigoso. Mundo este onde nós, ainda hominídeos, em passado extremamente remoto, não possuíamos nada que nos pudesse fazer sair da contingência de presas e passássemos a predadores. Estes instintos, evoluídos lado a lado com o crescimento de nossa massa cerebral, e de nossa capacidade de comunicação, nos propiciou sermos capazes não só de nos defendermos de nossas presas naturais, mas também passarmos de simples coletores e comedores de carcaças, deixadas por outras presas, a sermos nós mesmos, caçadores de nossa própria ração de carne. Esta evolução, por mais conturbada que tenha sido, nos permitiu também "aprender" a viver em grupos cada vez maiores, o que também propiciou o desenvolvimento de instintos de convencer e de mentir, para que pudéssemos assumir o domínio destes grupos que estavam em crescimento.

Sem estes instintos naturais não teríamos sobrevivido. Eles nos foram vitais. Por isso não devemos ter vergonha deles. Os grupos sociais continuaram crescendo. Deixamos, depois de milhões de anos, de ser nômades e passamos a ser seres sedentários, com grupos sociais cada vez maiores. Assim nossa sociedade teve início, com nossos instintos animais a flor da pele, e em elevado grau de desenvolvimento.

 
Juntamente com estes instintos, basicamente instintos animais, surgem também nossos instintos de HUMANIDADE. O problema é que a HUMANIDADE, não nos garantia a sobrevida necessariamente, e muito menos o alcance do poder de domínio. Assim a nossa HUMANIDADE passou a ser esquecida, em nome de uma luta constante por sobrevivência, poder, glória e domínio.

Mas dentro de todos nós, pelo menos dos saudáveis mentalmente, existe nossa humanidade. Se insistirmos apenas em vivermos nossos instintos animais, estaremos vivendo nossa vida animal. Se passarmos a dar valor a nossa HUMANIDADE passaremos, ai sim, a viver o que de mais belo a evolução nos deu, e que é a nossa marca de assinatura humana. Somos Humanos, somente quando vivemos nossa HUMANIDADE, somos Homo sapiens, uma espécie variante dos símios, mamíferos e vertebrados, quando vivemos nossos instintos básicos e animalescos.




A razão deve ser nosso verdadeiro diferencial e a Ética deve ser, muito mais do que uma moral localizada e temporal. A verdadeira Ética, aquela que dignifica a vida, deve estar totalmente imiscuída com o AMOR, e somente estes podem fazer de nós, e em especial nossos filhos, seres humanos dignos de nossa verdadeira HUMANIDADE. Humanidade é algo que está faltando em nossa civilização. Humanidade, é a única grande diferença entre cada um de nós e nossos primos mais próximos.

Ser HUMANO, sem HUMANIDADE, nos faz nada mais do que SÍMIOS mais bonitos, Mamíferos mais complexos, ou vertebrados mais traiçoeiros.

HUMANIDADE é o nosso real diferencial...

 

 
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 19/08/2013
Reeditado em 19/08/2013
Código do texto: T4441295
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